Cinéfilos que não gostam de filmes

 

A troca de mensagens parece, mas não é. 


Ah, as lamentações incessantes daquele que acha que qualquer filme com mais de duas horas é uma tortura para sua pobre e desgastada atenção. Afinal, quem precisa de enredos densos, desenvolvimento de personagens ou reviravoltas emocionantes quando se pode resumir toda a experiência cinematográfica em vídeos de 15 segundos no TikTok?

Sim, porque vivemos em uma era em que a informação precisa ser digerida rapidamente, como se a complexidade e a profundidade fossem ultrapassadas. Quem tem tempo para uma narrativa rica quando se pode simplesmente deslizar freneticamente pelos feeds de redes sociais em busca de instantaneidade?

Claro, a paciência é para os fracos. Por que se dar ao trabalho de absorver nuances quando se pode ter tudo simplificado e mastigadinho? Livros? Quem precisa deles? Ler é cansativo, afinal. Que tal apenas reclamar que o filme é longo e, ao mesmo tempo, que a trama é rasa? Uma contradição que só poderia nascer em uma era de preguiça mental generalizada.

Ah, o emburrecimento do público, uma maravilha contemporânea! Preferimos consumir conteúdo rápido e fácil, relegando a profundidade a um segundo plano. Quem precisa de desafios intelectuais quando se pode afundar cada vez mais na voragem do entretenimento superficial?

Então, sim, continuem reclamando de filmes longos, enquanto engolem doses cavalares de entretenimento instantâneo. O mundo está mesmo precisando de mais críticos de sofá, mestres na arte da impaciência, prontos para destilar sua sabedoria em vídeos de um minuto ou menos. Afinal, quem tem tempo para pensar?

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